“Nada falta à alma que diz ao Espírito Santo: Vem!”; Santa Elena Guerra destaca que basta pedir, e o Espírito Santo vem em socorro a todas as necessidades do homem
Kelen Galvan
Da redação, com colaboração de Gabriel Fontana

Foto: Daniel Xavier – Canção Nova
Na expectativa da Solenidades de Pentecostes, que será celebrada neste domingo, 8, a terceira matéria desta série especial destaca a ação do Espírito Santo na vida pessoal.
“Ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ a não ser pela ação do Espírito Santo”. Essa afirmação bíblica (1Cor 12,3) aponta que é o Espírito Santo “que precede e suscita em nós a fé”, como afirma o Catecismo da Igreja Católica (CIC n. 683).

Felipe Aquino / Foto: Arquivo Pessoal
A principal ação do Espírito Santo na vida dos homens é a de santificar. “O Espírito Santo, acima de tudo, é o santificador, ou seja, ele nos leva à purificação da alma, a reconhecer os pecados e viver de acordo com a Lei de Deus. É lógico que ele tem várias ações em nós, como criar o desejo da oração, de ler a Palavra de Deus e meditá-la, de conhecer a doutrina, tudo com o objetivo da nossa santificação”, explica o professor de história da Igreja, Felipe Aquino.
Tudo começa no Batismo, primeiro sacramento da fé, onde a pessoa recebe a graça do “novo nascimento em Deus Pai, por meio do Filho no Espírito Santo” (CIC n. 683 e n. 1214ss), recebe a dignidade de filho de Deus (Gl 4,5-7). No Crisma, pela imposição das mãos do bispo e a unção com o óleo, se fortalece a graça recebida no Batismo e são concedidos os dons do Espírito Santo (CIC n.1241).
Aquino aponta que o Espírito Santo age em cada pessoa de acordo com sua individualidade. “Ele atua com seus dons, infusos no Batismo – sabedoria, ciência, inteligência, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus – e seus frutos – amor, paz, alegria, bondade, mansidão, paciência, temperança (Gl 5,25), fazendo com que a graça de Deus cresça em nós. E há também os dons carismáticos, que não são para a pessoa em si, mas para a edificação da comunidade”, frisa.
Efusão do Espírito Santo
A partir da Renovação Carismática Católica (RCC), difundiu-se a experiência com o “batismo no Espírito Santo”, que não se trata de um novo sacramento, mas uma experiência espiritual, ou seja, uma manifestação mais intensa e profunda da sua ação na vida da pessoa.
“O batismo no Espírito Santo é uma experiência impactante, de preenchimento do amor que flui do Pai e do Filho. Um amor que nos envolve totalmente! É um novo derramamento, que vem reavivar as graças dos sacramentos que recebemos no Batismo e Crisma”, explica a coordenadora da Comissão Nacional de Formação da RCC Brasil, Daiana Bellei Rehbein.

Daiane Rehbein / Foto: Arquivo Pessoal
Ela destaca que o Espírito Santo é “o Senhor que dá a vida” (Credo Niceno-Constantinopolitano), e por isso que “Ele vem trazer um novo sentido para a nossa vida, uma mudança de rota e de mentalidade”.
“Por meio do batismo no Espírito Santo recebemos ‘vida, e vida em abundância’. Ele gera Cristo em nossa vida e abre-nos a uma nova perspectiva de vida, faz-nos olhar para o que realmente importa e para o que nos leva para o céu (…), leva-nos à intimidade com o Senhor, infunde luz onde há trevas em nossas vidas, faz uma obra de reconstrução, de santificação, devolvendo a originalidade de filhos que o pecado roubou”, enfatiza Daiana Rehbein.
Ela descreve alguns mudanças que essa experiência com o Espírito Santo traz: “a consciência de que somos filhos amados de Deus; um amor por Jesus e por sua Igreja; um desejo de conhecer mais a Palavra de Deus; um amor a Nossa Senhora; a devoção aos santos; um desejo de viver em comunidade e de estar com os irmãos; e a descoberta de uma alegria nova. Começamos a viver a nossa fé de uma forma nova, uma fé realmente ‘viva’, e isso nos leva a enxergar o mundo, as pessoas, com um olhar novo, um olhar de amor, um olhar de Deus”.
“Sem medo algum, podemos dizer que o batismo no Espírito Santo é o remédio para as dores desse mundo, a resposta para os grandes questionamentos da humanidade”, afirma.
Como viver essa experiência
Daiana explica que a graça do batismo no Espírito Santo se renova a cada “vem”, a cada clamor, ou seja, a cada vez que se pede pela Sua presença, e afirma que é importante manter viva essa experiência.
“O Pentecostes é uma graça perene, que não se esgota, porque o Espírito Santo é como uma fonte que nunca para de jorrar. O que precisamos fazer é nos colocar debaixo dessa água. Quanto mais vivemos essa intimidade com a pessoa do Espírito Santo, mais liberdade Ele encontrará para agir em nossas vidas”, indica.
Ela afirma que, em todos os momentos do dia, “podemos e devemos pedir a ação do Espírito Santo”, seja qual for a situação, desde as mais corriqueiras, às mais delicadas.
“Ele sempre vem em nosso auxílio, Ele é o nosso consolador, nosso advogado. O Espírito Santo quer ser o nosso Divino Amigo! E como nos ensina Santa Elena Guerra, ‘Basta dizer ‘vem’, que Ele vem!’ E ainda: ‘Nada falta à alma que diz ao Espírito Santo ‘vem!'”, acrescenta Daiana.
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