Iniciando série sobre ação do Espírito Santo, sacerdote aponta papel do Paráclito para avivar, santificar e impulsionar a Igreja enquanto Corpo Místico de Cristo
Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: Pawel P’s Images via Canva
Terceira pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo é uma presença concreta na vida dos homens, manifestando a ação de Deus em diferentes âmbitos. Com a aproximação da Solenidade de Pentecostes, o noticias-cancaonova.diariomaranhense.net preparou uma série sobre o Espírito Santo, inaugurada nesta terça-feira, 3.
Com a morte do Papa Francisco, foi necessário eleger um novo Pontífice para a Igreja. Em meio aos preparativos para o Conclave, a curiosidade sobre o processo e a expectativa pelo novo Sucessor de Pedro foram grandes, e uma máxima começou a ser repetida várias e várias vezes: “rezemos para que o Espírito Santo ilumine os cardeais”.

Padre Leonardo Ribeiro / Foto: Arquivo pessoal
Tal pedido de oração exprime um importante aspecto da vida cristã: o Espírito Santo age sobre a Igreja. Membro da Comunidade Canção Nova, padre Leonardo Ribeiro confirma esta realidade. “Nada na Igreja é decidido, definido, discernido, sem a ação Daquele que ensinará, conduzirá, falará aos nossos corações, de modo individual mas, sobretudo, quando nos unimos como Igreja”, afirma.
Neste contexto, o sacerdote recorda o relato bíblico da eleição de Matias (At 1,24-25). Após a traição de Judas Iscariotes, foi necessário escolher um novo apóstolo para integrar o grupo dos Doze. Para isso, oraram nos seguintes termos: “Ó Senhor, que conheces os corações de todos, mostra-nos qual destes dois escolheste para tomar neste ministério e apostolado o lugar de Judas que se transviou, para ir para o seu próprio lugar”.
Espírito Santo, alma da Igreja
A Igreja é o templo do Espírito Santo. O Espírito é como a alma do corpo místico, princípio de sua vida, da unidade na diversidade e da riqueza de seus dons e carismas.
– Catecismo da Igreja Católica, n. 809
Padre Leonardo destaca que o Espírito é unidade, agindo poderosamente quando os fiéis estão unidos enquanto Igreja. “Nesse sentido, a força da oração, no poder do Espírito, se faz mais eficaz, quando verdadeiramente nos unimos como irmãos, como membros do Corpo”, explica.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) sinaliza que o Espírito Santo une todas as partes do corpo, que é a própria Igreja, à cabeça, que é Cristo (n. 797). Segundo Santo Agostinho, o Espírito corresponde à alma, animando e vivificando a Igreja por diversos meios – a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes, os carismas entre outros.
Espírito que impulsiona a missão
Sinal deste avivamento é Pentecostes, evento no qual se cumpriu a promessa de Jesus acerca do envio do Espírito de Deus (Jo 14,15-31). Padre Leonardo destaca como os apóstolos, antes tomados pelo medo, começam a anunciar o Evangelho após receberem o Espírito Santo.
“Aquele que faz uma autêntica experiência com o Espírito Santo não consegue se conter, pois é uma força arrebatadora que impulsiona anunciar as maravilhas do Senhor”, declara o sacerdote. “A vida no Espírito, com seus dons, realiza um movimento interior que naturalmente leva-nos a sermos testemunhas autênticas”, acrescenta.
Desta forma, o Espírito Santo impulsiona a Igreja em sua missão de anunciar o Evangelho. Em sua Carta Encíclica Redemptoris Missio, São João Paulo II ressalta que “o Espírito Santo é o protagonista de toda a missão eclesial” (n. 21), ou seja, é ele quem conduz a Igreja pelo caminho sinalizado por Jesus.
Espírito que santifica
Anunciando o Reino de Deus, a Igreja aguarda e anseia, ao mesmo tempo, pela segunda vinda de Jesus. Diante disso, o Espírito Santo também age na preparação para este momento, santificando a Igreja e cada um de seus membros.
“A ação do Espírito Santo nos permite viver em uma constante expectativa pela vinda do Senhor”, afirma padre Leonardo, destacando a decisão individual de abrir-se ao mover do Espírito. “Com isso, crescemos como homens do Espírito, mas também como Igreja, já que somos um corpo. Por isso estaremos preparados para o Dia do Senhor, para a Sua vinda gloriosa”, conclui.