Audiência no Vaticano

Secretaria de Estado do Vaticano trabalha pelo bem da Igreja, frisa Papa

Leão XIV recebeu funcionários da Secretaria de Estado que trabalham para auxiliar sua missão pontifícia; pedido foi por trabalho “encarnado no tempo e com visão universal”

Da redação, com Vatican News

Papa Leão XIV e o secretário de estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, durante audiência com membros da secretaria nesta quinta-feira, 5/ Foto: VATICAN MEDIA IPA Sipa USA via Reuters

O Papa Leão XIV recebeu, nesta quinta-feira, 5, no Palácio Apostólico, um grupo diretamente importante no exercício de sua missão: os funcionários da Secretaria de Estado da Santa Sé. O Pontífice confidenciou aos cerca de 200 superiores e oficiais presentes em audiência que é um consolo saber que não está sozinho e poder compartilhar a responsabilidade do seu ministério universal com eles.

“Não está no texto, mas digo com toda a sinceridade que, nestas poucas semanas – ainda não completou um mês do meu serviço neste ministério petrino –, é evidente que o Papa sozinho não pode seguir em frente, e que é preciso, é muito necessário, poder contar com a colaboração de muitos na Santa Sé, mas de maneira especial, de todos vocês da Secretaria de Estado. E agradeço vocês de coração”, disse.

Secretaria do Papa reflete o rosto da Igreja

Na Sala Clementina, o Santo Padre começou agradecendo particularmente a presença e as palavras do secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, pela contínua colaboração que está oferecendo neste início de pontificado. De fato, Parolin descreveu como é formado o mundo universal da Secretaria do Papa, “com competências diferentes”, mas todos “a serviço desta Igreja e das igrejas locais que a compõem” e a serviço do ministério petrino.

O cardeal dirige a Secretaria de Estado com origens que remontam o final do século XV e que tem assumido um caráter cada vez mais universal e ampliado, com novas funções devido às novas exigências em âmbito eclesial e nas relações com os Estados e as organizações internacionais: atualmente, a Secretaria de Estado é formada por 246 funcionários (dos quais 181 na Seção para os Assuntos Gerais, 59 na Seção para as Relações com os Estados e 6 na Seção para as Representações Pontifícias), com todos os continentes representados.

“Metade de vocês são fiéis leigos. E as mulheres, leigas e religiosas, são mais de cinquenta (…). Este desenvolvimento fez com que a Secretaria de Estado reflita, hoje, em si mesma o rosto da Igreja. Trata-se de uma grande comunidade que trabalha ao lado do Papa: juntos compartilhamos as questões, as dificuldades, os desafios e as esperanças do Povo de Deus presente em todo o mundo. Fazemos isso expressando sempre duas dimensões essenciais: a encarnação e a catolicidade”, refletiu o Leão XIV.

Serviço que segue os desafios da história e da Igreja

A Igreja está “encarnada no tempo e na história”, explicou o Santo Padre, “para que a alegria do Evangelho possa chegar a todos e ser mediada nas culturas e nas línguas atuais. E, ao mesmo tempo, o Papa reafirmou a postura de manter sempre um olhar católico, universal, que permite valorizar as diferentes culturas e sensibilidades. Duas dimensões, de “estar encarnado no tempo e ter uma visão universal”, que o Papa expressou fazerem parte do trabalho diário, em comunhão entre a Igreja de Roma e as Igrejas locais, bem como nas relações de amizade na comunidade internacional.

Essa orientação, continuou o Pontífice, partiu ainda da reforma da Cúria Romana levada adiante por São Paulo VI, inspirado pela visão do Concílio Vaticano II: “A encarnação, portanto, remete-nos à concretude da realidade e aos temas específicos e particulares, tratados pelos diferentes órgãos da Cúria; enquanto a universalidade, remetendo ao mistério da unidade multiforme da Igreja, exige um trabalho de síntese que possa ajudar a ação do Papa. E o elo de ligação e de síntese é precisamente a Secretaria de Estado.”

Exortação aos “irmãos e filhos do Papa”

Com Paulo VI, um “grande conhecedor da Cúria Romana”, que Leão XIV finalizou o seu discurso ao fazer uma recomendação aos funcionários da Secretaria do Papa:

“Permitam-me, precisamente por causa da minha gratidão, de dirigir a vocês uma exortação, referindo-me novamente a São Paulo VI: que este lugar não seja contaminado por ambições ou antagonismos; sejam, ao contrário, uma verdadeira comunidade de fé e de caridade, ‘de irmãos e de filhos do Papa’, que se dedicam generosamente ao bem da Igreja”.

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