Em audiência com moderadores de associações de fiéis, movimentos eclesiais e novas comunidades, Papa destaca unidade e missão no serviço à Igreja
Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV saúda participantes de encontro de moderadores de associações de fiéis, movimentos eclesiais e novas comunidades / Foto: ZUMA Press Wire via Reuters Connect
O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta sexta-feira, 6, os moderadores de associações de fiéis, de movimentos eclesiais e de novas comunidades, reconhecidas ou erigidas pela Santa Sé, por ocasião do encontro anual organizado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
Ao iniciar seu discurso, ele agradeceu aos presentes pelo serviço de orientação e animação que realizam. “Apoiar e encorajar os irmãos no caminho cristão implica responsabilidade, compromisso, muitas vezes também dificuldades e incompreensões, mas é uma tarefa indispensável e de grande valor”, sublinhou o Pontífice.
Ele apontou as diferenças entre os grupos presentes, ressaltando a importância de cada um para a Igreja. “Alguns nasceram para compartilhar um propósito apostólico, caritativo, de culto, ou para apoiar o testemunho cristão em ambientes sociais específicos. Outros, no entanto, originaram-se de uma inspiração carismática, um carisma inicial que deu vida a um movimento, a uma nova forma de espiritualidade e evangelização”, observou.
Carismas despertam desejo de encontro com Cristo
Neste contexto, o Santo Padre recordou que o desejo de se associar revela uma característica essencial: ninguém é cristão sozinho. Ele pontuou que os fiéis fazem parte de um povo, de um corpo que o Senhor constituiu, acrescentando que “a vida cristã não se vive isoladamente, como se fosse uma aventura intelectual ou sentimental, confinada em nossa mente e no nosso coração. Ela se vive com os outros, em grupo, em comunidade, porque Cristo ressuscitado se faz presente entre os discípulos reunidos em seu nome”.
“Portanto”, prosseguiu Leão XIV, “tudo na Igreja é entendido em referência à graça: a instituição existe para que a graça seja sempre oferecida, os carismas são suscitados para que essa graça seja acolhida e dê frutos. Sem carismas, corre-se o risco de que a graça de Cristo, oferecida em abundância, não encontre o terreno fértil para recebê-la. É por isso que Deus suscita carismas, para que estes despertem nos corações o desejo de encontrar Cristo, a sede da vida divina que Ele nos oferece, numa palavra, a graça”.
Recordando seus predecessores e o Magistério da Igreja, o Papa reiterou que os dons hierárquicos e os dons carismáticos são coessenciais à constituição divina da Igreja fundada por Jesus. “Graças aos carismas que deram origem aos seus movimentos e suas comunidades, muitas pessoas se aproximaram de Cristo, redescobriram a esperança na vida, descobriram a maternidade da Igreja e desejam ser ajudadas a crescer na fé, na vida comunitária, nas obras de caridade e a levar aos outros, através da evangelização, o dom recebido”, enfatizou.
Unidade e missão
Neste contexto, o Pontífice apontou a unidade e a missão como pilares da vida da Igreja e prioridades no ministério petrino. Neste contexto, convidou todas as associações e movimentos eclesiais a colaborarem com o Papa, sobretudo nessas duas áreas, e os convidou a serem fermento de unidade, pois experimentam continuamente a comunhão espiritual que os une.
“É a comunhão que o Espírito Santo cria na Igreja”, sinalizou o Santo Padre, “é uma unidade que tem seu fundamento em Cristo: Ele nos atrai, nos atrai a si e, assim, nos une também entre nós”.
Segundo Leão XIV, esta unidade se estende na comunhão com os Pastores da Igreja e na proximidade com outras realidades eclesiais, fazendo-os próximos das pessoas que encontram. Desta forma, os carismas permanecem a serviço da unidade da Igreja e são fermento de unidade, de comunhão e de fraternidade em um mundo tão dilacerado pela discórdia e pela violência.
Voltando-se para o aspecto da missão, o Papa afirmou que ele marcou sua experiência pastoral e moldou sua vida espiritual. Diante dos esforços empreendidos por cada associação para anunciar o Evangelho, ele exortou: “mantenham sempre vivo entre vocês este impulso missionário – os movimentos também têm hoje um papel fundamental na evangelização”.
Por fim, o Pontífice pediu aos presentes que coloquem seus talentos a serviço da missão, mantendo sempre Jesus no centro. “Este é o essencial, e os carismas servem a esse propósito. O carisma é funcional ao encontro com Cristo, ao crescimento e ao amadurecimento humano e espiritual das pessoas, à edificação da Igreja”, concluiu.