O que pode ser transformado em arte a partir dos elementos da natureza? Em Belo Horizonte, uma exposição reúne obras criadas com materiais naturais e provoca reflexões sobre criatividade e sustentabilidade.
Reportagem de Monizy Amorim e Daniel Camargo
Aço, madeira, água… Elementos da natureza transformados em arte. São essas as matérias-primas da exposição Natureza Transformada, em cartaz na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte. A mostra convida o visitante a refletir sobre a relação entre o ser humano e a natureza e como essa troca impacta a vida de ambos. As obras são assinadas por dois artistas italianos e um brasileiro.
“Material bruto retirado da natureza, transformado em arte contemporânea, com uma cara que não necessariamente quando você bate o olho você identifica, mas com um pouquinho de olhar apurado, poucos minutos de observação, você consegue identificar de onde aqueles materiais saíram e como eles foram transformados pela ação humana para se tomarem parte desse ecossistema que a gente constrói aqui dentro”, disse a historiadora e educadora da Casa Fiat de Cultura, Carolina Minardi.
Aqui, o aço corten, vindo da Itália, ganha formas surpreendentes e dá vida a esculturas que impressionam pela força e simplicidade.
“A gente tem esculturas que são, por exemplo, esse cardume, alguns dos nichos ali a gente tem outras esculturas que são feitas em aço corten. E no final a gente encontra alguns painéis que foram feitos com uma espécie de impressão. É como se a gente pegasse esses recursos naturais e imprimisse a forma deles em tela”, completou a historiadora.
Já nesta outra sala, é a água que assume o protagonismo da exposição.
“Até quando não tem água diretamente, ela faz uma alusão a presença da água. A gente tem todas as obras com um pouco de viro para poder dar essa sensação de transparência, para trazer um pouco dessa sensação desse reflexo que a água traz, distorcendo um pouco as imagens. São todas as obras que a gente tem um pouco desse caráter de distorção, a gente não vai olhar ali e vê uma imagem como ela é. A gente vai ver ela através da ótica, desse reflexo que a água e a luz provocam quando você bate o olho”, reforçou Carolina.
Em qualquer exposição de arte é comum encontrarmos iluminação artificial para destacar a obra e não colocar em risco a vida útil das peças. Só que nesse caso aqui acontece o contrário. A luz natural externa é parte essencial da exposição.
“Cada dia que você vier aqui pode ser que você pegue uma perspectiva, cada horário do dia que você vier, você vai pegar uma perspectiva diferente porque a luz está incidindo de um jeito diferente. Também entra a luz natural e dá uma nova perspectiva a respeito da cor que você está vendo, da forma que você está vendo, a luminosidade vai alterando absolutamente todas as suas percepções”, concluiu a educadora.
Uma exposição para todas as idades, e que encanta por despertar um novo olhar sobre a arte, o tempo e a própria vida.
“Eu já visitei vários lugares, vários museus, mas eu achei assim extremamente diferente a criatividade da exposição aqui”, disse uma visitante.
‘Aí é fascinante, a gente consegue enxergar a transformação da natureza das coisas que acontecem, a interatividade que você consegue ter com essas representações todas. Eu achei maravilhoso”, afirmou outra visitante.